Prevenção ao suicídio: Projeto Carta Amarela está de volta na Unifesspa
A partir desta terça-feira (05/09), será retomada na Unifesspa uma importante ação de prevenção em saúde mental e combate ao suicídio: o projeto Carta Amarela. Realizado pela primeira vez em setembro de 2019, por iniciativa de um grupo de estudantes da Unifesspa de diversos cursos de graduação, o projeto Carta Amarela tem o objetivo de promover a empatia no ambiente universitário, por meio de pequenos gestos de cuidado e atenção que podem fazer a diferença na vida de pessoas em sofrimento emocional ou que estejam passando por algum momento de dificuldade.
A ideia é que estudantes, professores, servidores e colaboradores terceirizados possam trocar entre si mensagens de apoio, acolhimento e carinho, enviando cartas amarelas a quem precisar. As mensagens podem ser anônimas ou identificadas e são avaliadas por uma equipe de estudantes de Psicologia, antes de serem entregues aos destinatários. A ideia é estimular a troca de atenção entre os diversos membros da comunidade acadêmica, construindo um ambiente favorável à prevenção dos agravos em saúde mental e, sobretudo, a prevenção ao suicídio.
Em 2023, quatro anos após a primeira iniciativa do projeto, a ação está de volta à universidade e pretende ser permanente, com ações diversificadas e contínuas, o ano inteiro. O projeto está sendo retomado sob a coordenação da Divisão de Saúde e Qualidade de Vida da Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas da Unifesspa e da Turma 2019 do curso de Psicologia, com apoio do idealizador do projeto, Caed Alves, e envolvimento de estudantes de todos os cursos de graduação, além de servidores em unidades administrativas e acadêmicas.
“Estamos reativando esse lindo projeto na Unifesspa que começou de maneira muito espontânea, pelos nossos estudantes, hoje, a maioria deles já formados pela Instituição, mas que puderam deixar esse legado, essa lição de humanidade e respeito à vida, um verdadeiro exemplo de compaixão no encontro com o outro. Vamos honrar essa trajetória e manter o projeto vivo e potente, o ano inteiro, como mais uma estratégia de prevenção e cuidados em saúde mental”, detalhou Laena Vieira, que é chefe substituta na Divisão de Saúde e Qualidade de Vida na Unifesspa, e também estudante concluinte da turma 2019 do curso de Psicologia.
Para o idealizador do projeto Carta Amarela, Caed Alves, o convite para a retomada do projeto foi uma agradável surpresa. “Fiquei muito feliz de podermos retomar esse projeto, numa ideia nossa lá atrás, tão espontânea e inovadora, e que marcou tantas pessoas. Estávamos, desde aquela época, atentos aos sofrimento dos nossos estudantes, muito deles pobres, negros, imersos num contexto de inúmeras dificuldades. A volta desse projeto é mais um sinal de esperança”, destacou Caed Alves, que segue apoiando o projeto como comunicador.
A ação também faz parte da programação do VI Encontro de Saúde Mental dos Servidores da Unifesspa, que acontecerá nos dias 26 e 27 de setembro. O encontro, idealizado pela psicóloga Poliana Gonçalves Ferreira, é realizado, anualmente, pela Progep por meio da DSQV. Nesta sexta edição, o evento contará com palestra, lançamento de livro sobre a temática da saúde mental, workshop sobre qualidade de vida para gestores e equipes, grupos operativos de aprendizagem, plantão psicológico, práticas complementares de saúde, entre outras atividades.
Longe de se projetar como uma ação efetiva no combate ao suicídio, o projeto Carta Amarela configura-se como mais uma estratégia de cuidado e apoio na prevenção aos agravos em saúde mental, não subestimando a urgência de políticas eficazes de saúde mental e de combate ao suicídio, com medidas de enfrentamento e mudanças concretas que impactem a saúde, segurança e qualidade de vida de estudantes e servidores da instituição.
Como o Carta Amarela funciona?
Carteiros voluntários circularão pela Universidade identificados pelas suas bolsas amarelas. Seja nos corredores, nos ambientes coletivos como RU, Biblioteca, Lanchonete, salas de aula, setores administrativos, entre outros, eles estarão à disposição das pessoas que desejarem enviar cartas para algum colega, amigo ou conhecido na instituição, com mensagens positivas para alguém que talvez esteja precisando. O projeto também pode criar a oportunidade entre colegas de trabalho e de curso de manifestarem seus sentimentos de estima e admiração, uns pelos outros.
Para enviar uma carta, basta encontrar um dos carteiros voluntários, entregar a carta, informando o destinatário. As cartas podem ser anônimas ou com remetentes. O importante é ajudar o carteiro com o nome do(a) destinatário(a) e o local onde ele(a) poderá ser encontrado. Todas as cartas, antes de serem entregues, são analisadas por uma equipe formada por estudantes concluintes do curso de Psicologia.
Seja um carteiro voluntário!
O projeto prevê a participação de estudantes e professores dos mais de 40 cursos de graduação da Unifesspa, além de técnicos em todas as unidades administrativas e acadêmicas. Por isso, quanto maior o número de carteiros voluntários, maiores serão as oportunidades de troca de mensagens entre as pessoas na comunidade universitária.
Para se voluntariar como carteiro do projeto Carta Amarela basta se inscrever pelo Sigeventos ou procurar a Divisão de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) e receber a bolsa amarela e as instruções de como realizar o trabalho.
Para os estudantes que se inscreverem como monitores do projeto pelo Sigeventos, haverá emissão de certificado de até 20 horas, podendo ser utilizado nas comprovações de atividades complementares. Acesse o link de inscrições aqui. A comunidade acadêmica fora de sede também pode participar.
Dúvidas e sugestões para o aperfeiçoamento do projeto poderão ser enviados para o e-mail cartaamarela.unifesspa@gmail.
Memória do projeto
A história do projeto começou quando o aluno Carlos Eduardo Páscoa Alves, na época, 19 anos e discente do curso de Letras-Português, foi abordado pela amiga e aluna do Emancipa Kelrily Farias. Era a última semana de agosto de 2019. Na ocasião, ela mostrou-lhe uma ação feita numa escola. A ação mostrava cartazes espalhados com mensagens fortes e motivadoras acerca do que representava se importar com alguém. Carlos e Kelrily resolveram, então, pensar em algo para colocar em prática na Unifesspa, em alusão ao “Setembro Amarelo”. Somente no fim de agosto conseguiram pensar em algo mais ousado, que poderia tomar proporções de algo maior que eles dois pudessem imaginar. A priori, eles não tinham um nome para o projeto, mas montaram um grupo com algumas pessoas e apresentaram a ideia. Foram mantendo e articulando meios de apresentar o projeto a algumas pessoas. O plano, segundo eles, era apresentar o que tinham projetado a fim de chamar a atenção de alunos de Psicologia, o que, felizmente, deu certo!
O “Carta Amarela” ficou conhecido por alguns alunos da Psicologia, pois eles também estavam desejosos em fazer algo nesse mês tão significativo. Os idealizadores do projeto acabaram conquistando também alunos dos cursos de História, Engenharia Química, Ciências Sociais, Engenharia Mecânica, Sistema de Informações, entre outros discentes que se interessaram no projeto, ajudando-o a torná-lo realidade na Unifesspa.
Em pouco tempo, o projeto conquistou muitos adeptos e colaboradores. A proposta era mostrar caminhos para ajudar e agregar um ambiente motivador e de empatia dentro da Unifesspa. “Existem alunos com suas histórias de vida e essas histórias muitas vezes desconhecemos. Essas pessoas acabam desabafando e confiando suas histórias de vida a alguém que não é um profissional da área de psicologia. Com o projeto, vamos informar como conseguir ajuda e influenciar para que a busquem, pois nos importamos com nossa comunidade acadêmica, queremos vê-la saudável e motivada a estar aqui todos os dias produzindo conhecimento”, concluiu entusiasmado Eduardo à equipe de Comunicação da Unifesspa, em 05 de setembro de 2019.
Confira as notícias veiculadas sobre a ação do projeto no Portal Unifesspa, em 2019:
Projeto "Carta Amarela marca o mês de setembro na Unifesspa
Saúde Mental é tema da mesa práxis humanizadora na permanência e formação acadêmica
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